sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Eu também quero enviar a minha carta à Goya!

Confesso que não escolhi o mundo das TI para fazer parte da minha vida, foram mais as TI que me escolheram a mim. Ao longo do meu percurso profissional todos os caminhos me têm conduzido a empresas de Tecnologias de Informação.

É de facto um mundo de homens, de programadores e gestores masculinos. Os informáticos fazem parte daquele tipo de classes profissionais que falam por siglas para se sentirem gente … mas com o tempo aprendemos a gostar do género e a olhar com um certo carinho para os nerds.

Recordo que há pouco mais de 6 meses um colega de trabalho e amigo me dizia sobre a possível contratação de uma comercial que as mulheres são muito inteligentes, mais até do que os homens, mas que não são nada tecnológicas.

Como podem imaginar insurgi-me contra esta observação, insultei-o semanas a fio, e desde esse dia sempre pagou caro qualquer pedido de auxílio.

No inicio deste mês quando a nomeação da Claudia Goya para directora geral da Microsoft encheu as páginas das publicações da especialidade a minha reacção foi algo do tipo:

“Uau, fantástico. Afinal é possível” e ainda “gostava de um dia percorrer metade do caminho que ela fez.”

Ontem ao folhear a Exame deparei-me com uma carta à Cláudia onde se comentava a injustiça dos comentários sobre a forma como esta mulher tinha rapidamente chegado à direcção geral da Microsoft.

Aparentemente esta nova Directora Geral tem vários problemas, não lhe bastava ser mulher … ela ainda é gira e boa, e mãe de 3 filhos e só tem 37 anos.

Na minha opinião um modelo a seguir.

Na opinião de outros uma qualquer que subiu na carreira de formas menos “ortodoxas”.

Ora eu que não percebo muito disto acho que na maior empresa tecnológica do mundo não se nomeiam mulheres para gerir o futuro das subsidiárias apenas porque são loiras e giras.

E portanto digo a todos os que criticaram esta nomeação que tiro o chapéu à Goya, e lhe apresento os meus mais sinceros parabéns.

Digo-lhes também que ela é com toda a certeza uma mulher dotada de uma inteligência superior e que é a prova de que conseguimos ser líderes sem quotas, nem favorezinhos, nem leis da paridade. Quando chegamos a líderes fazemo-lo na vertical, com orgulho e muito trabalho … muito mais que eles.

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